sexta-feira, 8 de maio de 2020





EM TEMPOS DE PANDEMIA AS EMOÇÕES NOS TOMAM CONTA...

Hoje recebo notícias de amigas/os e familiares infectados pelo COVID 19.  Não tive condições de realizar meus trabalhos. O dia foi tenso, preocupante e reflexivo.

As reflexões me fizeram então escrever algumas inquietações e pensamentos.

Desde que resolvi enveredar pelo caminho dos estudos venho percebendo um crescimento significativo na forma de ver o mundo, as pessoas e o Brasil.  Busquei uma formação em arte e ela me fez olhar o mundo de outra forma e, este olhar de outra forma, tem me proporcionado reflexões muito significativas na minha vida.

A capoeira já me despertava esse olhar, porém, muitas vezes era tolhido. E isso não me fazia sentir - se bem.  Ficava me questionando como os capoeiristas, praticantes, defensores e discípulos de uma linhagem afrodescendente brasileira muitas vezes se colocavam contra a defesa de direitos, contra os preconceitos existentes no Brasil, contra movimentos sociais em busca de melhorias de vida. COMO!!!!?????

Assim, na busca de compreensão desses fatores tenho refletido sobre o porquê de as pessoas no Brasil serem racistas.  Sim, somos racistas!   Tenho também compreendido a partir dessa reflexão as razões de capoeiristas se comportarem como capitães do mato. 

Tenho refletido sobre as pessoas que tinha como referência na capoeira, nas profissões exercidas ao longo de minha jornada e em minha própria família que hoje me decepcionam com suas atitudes desumanas... sim, DESUMANAS!!!!!

É doído... 

Essas reflexões, me apontam a um pensamento de que a falta de estudo nas áreas de humanas, essas que fazem as pessoas pensarem sobre a vida e o mundo, é um dos fatores.

Mas o fator que penso ser maior é, de fato, a falta de estudo.  Estudo em seu sentido de busca; de análise; de prática; de investigação; de observação; de revisão; DE APRENDIZADO.


Coisa que a escola deve ensinar, mas o nosso modelo educacional luta constantemente contra, proporcionando a cada dia que passa, métodos e condicionamentos pautados em números e estatísticas.


Não querem que o povo cresça e viva, querem o povo escravo! Essa é a condição para se viver no Brasil!  O pobre e o nordestino brasileiro são condicionados a isso.

Gratidão as/os professoras/es que me fizeram ver que não era apenas isso!  Sim, se não fosse as/os professores que pensam e enxergam o mundo de forma diferente a educação nesse país estaria bem pior!

A única certeza que tenho é que estamos completamente a deriva, com a população se enganando e sendo enganada.

Pela falta de conhecimento, estudo!

Como já escreveu Gabriel o Pensador em seu Estudo Errado:

Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem, tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)

É assim! 

Você estuda, não para mudar sua vida, seu mundo, mas para tirar um 10 e ser melhor! 

Melhor em que mesmo!????



terça-feira, 5 de maio de 2020

INTERCÂMBIO CULTURAL ARTE E TRADIÇÃO E TERREIRO CAPOEIRA




 INTERCÂMBIO CULTURAL 
ARTE E TRADIÇÃO E TERREIRO CAPOEIRA 


  

                       


                                          







 




APRESENTAÇÃO:

Os Intercâmbios culturais Arte e Tradição Terreiro Capoeira, nasceram da vontade e desejo dos Mestres Caboré – Terreiro Capoeira e Chico Ceará – Arte e Tradição em realizar eventos de capoeira com outra perspectiva de atuação.

Os eventos ocorrem no Sítio Santo Antônio de Arajara no município de Barbalha – CE, região do Cariri.  O lugar fica as margens da rodovia CE 386, próximo ao distrito de Arajara. É um local ao sopé da chapada do Araripe habitado por duas famílias, afrodescendentes, de agricultores. O evento tem tido parcerias com SESC e CCBNB para transporte e pagamento dos grupos de tradição. O local é no terreiro da casa do Mestre Chico Ceará, que já se tornou ponto de visitação turística cultural. Lugar de vida pacata, de pessoas simples e acolhedoras, que tem na agricultura e nas práticas tradicionais a subsistência e manutenção da vida.
Ao compreendermos a capoeira como uma manifestação da cultura afrodescendente brasileira, idealizamos um evento onde a capoeira figurasse mais fortemente enquanto tal característica. Assim, saímos de um formato comum de evento de capoeira, apenas com batizado, oficinas, cursos ou aulas, para a realização de uma vivencia afrodescendente.  De que forma?    Pensamos um fim de semana de atividades, a começar pela sexta à noite onde a manifestação cultural capoeira se faz realizar através de aulão, roda e papoeira. No sábado durante o dia, pensamos em atividades que busquem as vivências culturais, como por exemplo, vivências em casas de farinha, vivências em engenhos, roda de conversas com os moradores da comunidade, roda de conversas com profissionais de saúde, de educação, e de outros setores da sociedade, vivencias na floresta e trilhas ecológicas guiadas por pessoas da comunidade. No período da noite realizamos o que chamamos de Virada Cultural. Iniciamos a virada cultural com o batismo e roda de capoeira, assim essa importante tradição da capoeira torna-se também uma apresentação cultural afrodescendente ao público e participantes. Ao terminar o batismo e roda, outros grupos de cultura varam a noite se apresentando no terreiro de chão batido. Já se apresentaram nestas três edições, reisados, cocos, maneiro pau, banda cabaçais, bandas musicais, trios de forró pé de serra, grupos de teatros e dramas, poetas. A cada edição procuramos trazer grupos e apresentações diferentes. No domingo pela manhã realizamos o café da manhã regado ao papoeira que se estende até o almoço. Na terceira edição do evento, realizamos o café com poesia, onde um coletivo de cordelistas vieram tornar nosso café da manhã mais prazeroso e educativo. A manhã tornou-se poética, onde foram apresentados os contextos, histórias, causos e estórias da cultura caririense. O evento acaba logo após o almoço e nessas três edições até agora realizadas, temos tido a certeza da força desta parceria e da valorização de nossa cultura.




1º INTERCÂMBIO CULTURAL ARTE E TRADIÇÃO E TERREIRO CAPOEIRA




O 1º intercâmbio ocorreu em agosto de 2015 e tivemos como questões centrais a vinda do Mestre Pombo de Ouro, aluno de Mestre Bimba, para nos oferecer uma vivência da Capoeira Regional. Produzimos nesse evento a emboscada, umas das tradições da escola de Mestre Bimba. Esta, foi realizada na chapara da Araripe com a participação de membros dos grupos Terreiro Capoeira e Arte e Tradição. Além disso, ocorreram atividades de Papoeira, sobre o corpo na capoeira com orientações didáticas quanto ao seu treinamento, a virada cultural e o ritual de batismo e troca de cordas.





Emboscada.


Figura 1 Final da emboscada na Chapada do Ararripe. Arquivo pessoal.





Papoeira com o Mestre Pombo de Ouro




Figura 2 Papoeira com o Mestre Pombo de Ouro. Aluno de Mestre Bimba. Acervo pessoal.




Papoeira Sobre o Corpo na Capoeira.





Figura 3 Papoeira com Mestre Paulinho sobre o corpo na capoeira. acervo pessoal.



Virada Cultural





 Figura 4 Apresentação da dança do coco na virada cultural. Acervo pessoal.




Ritual de Batismo e Troca de cordas.




 Figura 5 batismo e troca de cordas. acervo pessoal.










2º INTERCÂMBIO CULTURAL ARTE E TRADIÇÃO E TERREIRO CAPOEIRA



O 2º intercâmbio ocorreu em agosto de 2017, essa foi a maior edição até o momento. Tivemos a presença de mestres de capoeira de vários lugares. Nesse evento ocorreu o lançamento da crônica Terreirrada no Cariri escrita por Mestre Orismidio Duarte - Caboré, da qual discorre sobre o evento anterior. além disso, tivemos as vivências na casa de farinha e no engenho de rapadura, a virada cultural e o ritual de batismo e troca de graduações.




Vivência na Casa de Farinha.



Figura 6. vivência na casa de farinha. Roda de Maneiro Pau. arquivo pessoal.







Lançamento do Livro Terreirada no Cariri.




Figura 7. Lançamento do Livro Terreirada no Cariri. Acervo pessoal.



Vivência no Engenho de Rapadura.




Figura 8. Mestre Chico, explicando o processo do engenho. arquivo pessoal.




Virada Cultural.





Figura 9. Apresentação de Reisado de Congo. acervo pessoal.




Ritual do Batismo e Troca de Graduações.


Figura 10. Ritual do Batismo e Troca de graduações. Arquivo pessoal.






3º INTERCÂMBIO CULTURAL ARTE E TRADIÇÃO E TERREIRO CAPOEIRA



O 3º intercâmbio ocorreu em agosto de 2019, nessa foi uma edição tivemos ações muito importantes. Lançamento de um cordel intitulado “3ª Virada Cultural Arte e Tradição” do poeta Dão de Jaime natural da comunidade de Santo Antônio de Arajara – local do evento – Houve uma trilha ecológica para uma vivência na Chapada do Araripe, orientações e atendimento de saúde a comunidade e participantes do evento, papoeira, ritual do batismo e troca e graduações, a virada cultural e ao final, um café da manhã com poesia através da participação da Sociedade dos Poetas e Barbalha.





Cordel 3ª Virada Cultural Arte e Tradição.




Figura 11. Capa do Cordel 3ª Virada Cultural Arte e Tradição. Arquivo pessoal.





Trilha Ecológica e Vivência na Chapada do Araripe.




Figura 12. Parada para vivência. Trilha ecológica na Chapada do Araripe. Arquivo pessoal




Orientação e Atendimento de Saúde.




Figura 13. Orientação e atendimento de saúde a comunidade e participantes do vento. Arquivo pessoal.





Papoeira.




Figura 14. Papoeira com mestras/es. Arquivo pessoal.
.



Ritual do Batismo e Troca de Graduações.




Figura 15. Ritual de Batismo e troca de Graduações. Arquivo pessoal.



Virada Cultural.




Figura 16. Apresentação do Maculelê Arte e Tradição na 3ª Virada Cultural. Arquivo pessoal.




Café com Poesia.




Figura 17. Café com poesia. Arquivo pessoal.





O Evento e os Grupos na Rede.

























Contatos:


Francisco Gilberto da Silva – Mestre Chico Ceará. Grupo Arte e Tradição.
Fone: WhatsApp +5588988525238. Email: terreiroarteetradicao@gmail.com

Francisco Orismidio Duarte da Silva. – Mestre Orismidio Duarte – Caboré. Terreiro Capoeira
Fone: WhatsApp +5585997064148. Email: orismidioduarte@gmail.com