QUE PÁSCOA É ESSA?
Por Francisco
Orismidio Duarte da Silva.
Me ensinaram, desde a
infância, que a páscoa simbolizava a ressureição de Jesus Cristo. Assim, cresci
compreendendo que anualmente viveríamos um período em que nos voltaríamos as reflexões
sobre a vida e o viver, sobre o ser humano ser humano. Sobre o respeito às
pessoas e animais. Nesse período, chamado de quaresma, me ensinaram a ficar com
fome e chamaram de jejum! Me ensinaram que isso era necessário para que se
reconhecesse o sacrifício que Jesus fez pela humanidade e desse modo, a
humanidade retribuísse com atitudes de amor e compaixão ao próximo, nos fazendo
imaginar o quanto doí a fome e o quanto as pessoas sofrem por essa dor. Ao
final desse período vinha a festa, a fartura e o julgamento do traidor de
cristo que se figurava nos mais variados seres desumanos existentes a cada ano.
Certamente, neste ano, nosso atual presidente desumano da republica será
queimado através dos vários Judas brasil a fora. Sim, brasil propositalmente
com b minúsculo...
Mas esse ano estamos
passando por uma problemática que os espiritualistas dizem ser uma provação de
Deus aos seres humanos, pois nós estamos consumindo o mundo de forma errada,
provocando guerras, conflitos de todas as ordens e destruindo a natureza. Tudo
isso em nome do lucro, do dinheiro. Sim, esse negócio que Jesus disse: daí a
Cesar o que é de Cesar! Esse negócio
que Cristo condenou, mas que as “suas” igrejas idolatram.
Vivemos em mundo
capitalista e este tem produzido uma humanidade desigual, egoísta e doentia.
Preconceitos foram criados afim de excluir e dividir, para melhor manter o
sistema de pé e em pleno funcionamento. Porém ano passado, um pouco antes dessa
data tão significativa, estourou no mundo um vírus causador de uma pandemia
mortal, mas que aqui em nosso país é tratada como uma gripezinha sem
importância. Gripe essa que já vai levando mais de 300 mil brasileiros,
gripezinha que tem provocado a fome e a miséria de milhares de pessoas. Gripe
que tem nos aprisionado em nossas casas, pela necessidade de preservação das
vidas e da saúde humana.
Mas existem aquelas
pessoas, que se deixam levar pelo modo capitalista e desumano de ser. Modo esse
que voltou a ser explicitado sem nenhuma vergonha e que vem ganhando mais
adeptos. Dessa forma, temos pessoas em nossas cidades, bairros e até dentro de
nossas próprias casas, pessoas se dizendo cristãos, mas que pregam o contrário,
quando ignoram o sofrimento humano. Quando saem às ruas sem o uso de máscaras ou
quando promovem aglomerações, ignorando completamente o risco de morte e de
contaminação de outras pessoas.
Volto então as reflexões
espiritualistas para dizer que elas olham para essa situação pandêmica que
estamos passando e nos provocam a pensar que precisamos viver a semelhança do
Pai, como bem prega a bíblia. Nos provoca a refletir sobre a necessidade e a
urgência que temos em colocar as práticas e os ensinamentos de Cristo em nosso
dia a dia, em nossas atitudes. Nos provoca a buscar enxergar que essa
necessidade e busca está mais perto do que pensamos. Ela encontra-se ao nosso
lado, em nossas casas, em nossos convívios. Precisamos nos humanizar em nossos
lares, respeitando nossos pais e demais familiares. Precisamos mudar as
atitudes; dizer eu te amo com a verdade e a emoção que a frase impõe e que
Cristo nos mostrou como fazer. Precisamos rezar ou orar em família; precisamos
ajudar uns aos outros; precisamos ser justos, embora nos doa; precisamos ser
pessoas, mulheres e homens, crianças e adultos que tenham em mente e coração
uma única vontade. A vontade em Ser Humano, pois a páscoa cristã prega
justamente isso.
Então, se assim desejar,
reclame dos políticos, da situação estabelecida, das perdas e danos causados
por esse momento tão singular em nossa história. Momento esse de angustia, de
sofrimento, de aflição, de fé, de calvário... Momento de Páscoa! Mas, que
pascoa é essa!!? A páscoa mais real dos últimos tempos; A páscoa que melhor
representa o sofrimento de Cristo pela humanidade, pois estamos vivenciando, na
prática, toda essa via-crúcis que ninguém sabe quando irá terminar!
Portanto, juntemos as
mãos, para a disseminação do amor, da fé, da resiliência, da compaixão. Da
esperança! A Esperança de que dias melhores vão vir e que iremos ressuscitar!