sábado, 15 de outubro de 2016

A Beira da Calçada...

A Beira da Calçada...


À beira da calçada ficamos à margem...

À margem das lembranças de uma infância que hoje não mais se vive.

À margem das boas conversas, dos assuntos ao final do dia.

Das traquinagens que agora só podemos ter dentro de nossas prisões...

Ficamos à margem daqueles que se acham com direito de vir usurpar os nossos pertences!

À margem das ruas que hoje não podemos mais usá-las, pois os donos são outros...

As ruas do fim de tarde - das noites bagunceiras; dos namoros de infância; das brincadeiras de “esconde-esconde”; “pega-pega”; “garrafão”; “bandeira”; “cai no poço”; “sete pecados”; “futebol”; “bila”; “pião”; e tantas outras que as mesmas produziam... - Não são mais possíveis!

Porque a cada novo dia ficamos à margem...

À beira da calçada, “sem eira nem beira...”



Orismidio Duarte