quarta-feira, 24 de novembro de 2021





Entrega de Material Educativo para as Escolas Municipais de Crato - Ceará


Ocorreu ontem dia 23/11/2021 no Colégio Municipal Pedro Felício Cavalcante da Cidade de Crato estado do Ceará, o evento de entrega e capacitação do material educativo "A Arte de Educar Gingando" de minha autoria. 

O Material Educativo foi produzido, no âmbito do Mestrado Profissional em Educação da Universidade Regional do Cariri - URCA,  com o intuito de levar a capoeira para a escola e desse modo, seja possível aplicar, de forma continua e responsável, a Lei 10639/03.

A proposta do material é reconhecer, valorizar e incentivar a utilização  da capoeira enquanto uma manifestação cultural afro-brasileira utilizando seu arcabouço de conhecimentos nas salas de aula e nas disciplinas escolares.  

Para a realização dessa ação, que contou com a impressão de 300 unidades do referido material educativo e sua devida distribuição em 10 escolas municipais da cidade de Crato - CE, contamos com o apoio da Secretaria de Cultura do Munícipio do Crato, por meio do Fundo Municipal de Cultura, através da seleção no Edital de Seleção Publica para Patrocínio de Projetos Culturais no Município do Crato - 2021, que nos apoiou em 50% dos custos do projeto apresentado. 

 Estiveram presentes representantes da Secretária de Cultura do Crato, da Universidade Regional do Cariri, das escolas contempladas, do Mestrado Profissional em Educação - MPDU,  da capoeira e do Instituto Federal do Piauí - IFPI. 

Agradecemos a atenção e a disponibilidade da Professora Ms. Tânia Santana que nos cedeu o espaço do Colégio Municipal e nos ajudou na organização deste rico momento. Como Também as/os professoras/es, Dra. Cicera Nunes, Dr. Josier Ferreira e Ms Polyana Nunes que nos auxiliaram na construção e realização dessa ação/material.  

 


















terça-feira, 16 de novembro de 2021




A Arte de Educar Gingando

Material Educativo




A capoeira como a maioria de nós conhecemos é traduzida como uma importante manifestação cultural afro-brasileira que dialoga com os pilares da nossa formação humana, cultural, social, étnica e histórica. Neste material didático, reafirma-se esse pensamento, todavia urge ressaltar que a gênesis da capoeira se alicerça dentro de um longo e contínuo processo de resistência, que tem buscado defender que o conjunto de saberes e valores ancestrais e afrodescendentes, constituintes do seu arcabouço, não podem ser traduzidos apenas como algo visível aos olhos. Capoeira é memória, é identidade, é resistência e também pluralidade, pois não se pensa, nem se constrói sozinha, mas no coletivo, aliás essa importante característica é o pressuposto basilar da proposta aqui empreendida.

Neste material didático, ao deslocar o potencial da capoeira para educação, o autor intenciona, fortalecer as práticas educacionais, que seguem nessa direção e dimensão coletiva e transcendental da capoeira, ultrapassando seu aspecto material e seu caráter de esporte/luta.

Além disso, este trabalho busca intermediar uma experiência de ensino que se assente nos pilares previstos pela lei 10639/03 alterada pela 11645/08, a qual determina o ensino da cultura e história africana e indígena na educação básica. É desse proveitoso diálogo, que nasce este trabalho que tem por objetivo envolver docentes e discentes da educação básica e intermediar uma prática de ensino significativa através da capoeira, estabelecendo contribuições para o despertar de uma consciência afro-brasileira, base constitutiva do que somos.

****Texto de Polyana Nunes - posfácio do material.

O Material encontra-se disponível na página do Programa de Mestrado Profissional em Educação da Universidade Regional do Cariri - URCA.

http://www.urca.br/mpe/wp-content/uploads/sites/14/2021/08/produto_francisco_orismidio.pdf




quinta-feira, 12 de agosto de 2021



 Verso em Homenagem ao Alexandre, Mestre Bolão.






Imagem: Recorte de publicação do site https://portalcapoeira.com/capoeira/noticias-atualidades/nota-de-falecimento-mestre-bolao-terreiro-capoeira/



Eu hoje abro essa roda

Com uma dor no coração

É a dor que um dia será confortada

É a dor da perda. Da passagem de um irmão


Um capoeira, camarada

Um ser humano, um irmão

Um cabra muito decente

Falo do amigo Bolão


Alexandre é o seu nome verdadeiro 

Mas na capoeira se chama Bolão

Um capoeira destemido

Cheio de virtudes, coragem e emoção


Quando o conheci eu era um jovem

E logo comecei a admirar

Aquele irmão do jogo bonito

da Terreiro Portugá


Um brasileiro aguerrido

que na Europa foi morar

Portugal foi o país 

Em que a Terreiro foi fundar


Muitas glórias e muitos frutos

Ele plantou, ele colheu

Alegrias, sucesso, paz e amor

Foi o que sempre mereceu


Mas a vida, esse jogo

Nem sempre é como se quer

Nosso amigo convivia

Com uma mazela, na cola de seu pé


Uma doença desgraçada

Que a cura não se sabe qual é

O tal câncer levou nosso irmão

Sem perguntar se a gente quer! 


Mas o Bolão era um sujeito alegre

Alto astral, um fanfarrão

Sua alegria nos fará falta

Lembraremos sempre de sua emoção


Um capoeira, um poeta

Um artista, um irmão

Bolão meu camarada

Te levaremos no coração!




Orismidio Duarte - Caboré. 


terça-feira, 6 de abril de 2021

NÃO ME JULGUE POR EU TER CUIDADO E MEDO

 

Hoje me aventuro em fazer meu primeiro cordel em sextilha. Pego emprestado o conhecimento afrodescendente brasileiro em rimar, algumas palavras e versos.  Espero que gostem!  Axé!!!!



NÃO ME JULGUE POR EU TER CUIDADO E MEDO

Cordel em Sextilha. 

Francisco Orismidio Duarte da Silva

 


No Brasil do dia a dia

Só tenho amor, esperança e precaução  

Não tenho prazer nem euforia

Para que eu esteja em aglomeração

Arriscando a mim e aos outros

Com nossas vidas em minhas mãos.

 

Você que me chama de besta

De medroso e sem noção

Vou lhe dizer uma coisa

Do fundo de meu coração

É preferível ser tudo isso

A viver a 7 palmos do chão

 

É verdade que nesse momento

Eu posso ter melhor condição

Posso ter um teto para morar

Família, amor e compaixão

Mas isso não me dá direito

De compartilhar essa negação

 

Não precisa mais dizer

Para que você possa se conscientizar

Que essa peste aqui chegou

Caladinha e sem alardear

E que hoje mata milhares

Na mudança do luar


Nós precisamos do trabalho

Para poder sobreviver

A vida anda difícil

Para mim e pra você

Mas faça o seu esforço

Para que não venha a morrer

 

É preciso se proteger

Nessa triste situação

Use máscara e álcool gel

Na sua cara e suas mãos

Porque a vida é mais valiosa

Que o risco de contaminação

 

Uma vez contraído

Esse vírus mortal

Idosos, adultos ou crianças

Podem ir parar no hospital

E o corpo não resistir

A essa doença letal

 

Não se trata de gripezinha

Nem tão pouco algo normal

E cloroquina não a cura

Pelo contrário, te faz é mal

E a vacina é o caminho

Mais sensato e natural

 

Enquanto ela não chega

Precisamos em alerta ficar

Ter atenção na higiene

E nos alimentos para lavar

Mas também, e principalmente

Evitar se aglomerar

 

Você pode achar que é forte

Que é sabido e pode mais

A lagartixa é mais esperta

Do que você meu rapaz

Pois ela sobe nas paredes

Coisa que você não faz

 

Por isso entenda uma coisa

Você não é um X-men

Você é um ser humano

Que não veio do além

e se esse vírus te pegar

não quero ver seu nhenhenhém

 

Não adianta mais chorar

Nem tampouco se arrepender

A consciência é para existir

Antes da zoeira fazer

Agora sua família chora

Com medo de te perder

 

Mas se tu escapar tenha certeza

De que uma coisa eu vou fazer

Vou te dar uma boa pisa

Pra tu nunca mais esquecer

Pra tu aprender a votar

Se cuidar e se precaver

 

Encerro então minha prosa

Com um aperto no coração

Em ver vocês fazendo

Encontro, festa e aglomeração

Não dando ouvidos a ciência

E ouvindo um ser do cão

 

Por isso que eu lhe peço

Se és meu amigo, meu irmão

Não me julgue, não mereço

Só por essa condição

Em ter cuidado e ter medo

Em um país sem direção.


Orismidio Duarte - Caboré





terça-feira, 30 de março de 2021

Que Páscoa é Essa!?

 

QUE PÁSCOA É ESSA?

Por Francisco Orismidio Duarte da Silva.

Me ensinaram, desde a infância, que a páscoa simbolizava a ressureição de Jesus Cristo. Assim, cresci compreendendo que anualmente viveríamos um período em que nos voltaríamos as reflexões sobre a vida e o viver, sobre o ser humano ser humano. Sobre o respeito às pessoas e animais. Nesse período, chamado de quaresma, me ensinaram a ficar com fome e chamaram de jejum! Me ensinaram que isso era necessário para que se reconhecesse o sacrifício que Jesus fez pela humanidade e desse modo, a humanidade retribuísse com atitudes de amor e compaixão ao próximo, nos fazendo imaginar o quanto doí a fome e o quanto as pessoas sofrem por essa dor. Ao final desse período vinha a festa, a fartura e o julgamento do traidor de cristo que se figurava nos mais variados seres desumanos existentes a cada ano. Certamente, neste ano, nosso atual presidente desumano da republica será queimado através dos vários Judas brasil a fora. Sim, brasil propositalmente com b minúsculo...

Mas esse ano estamos passando por uma problemática que os espiritualistas dizem ser uma provação de Deus aos seres humanos, pois nós estamos consumindo o mundo de forma errada, provocando guerras, conflitos de todas as ordens e destruindo a natureza. Tudo isso em nome do lucro, do dinheiro. Sim, esse negócio que Jesus disse: daí a Cesar o que é de Cesar!   Esse negócio que Cristo condenou, mas que as “suas” igrejas idolatram.

Vivemos em mundo capitalista e este tem produzido uma humanidade desigual, egoísta e doentia. Preconceitos foram criados afim de excluir e dividir, para melhor manter o sistema de pé e em pleno funcionamento. Porém ano passado, um pouco antes dessa data tão significativa, estourou no mundo um vírus causador de uma pandemia mortal, mas que aqui em nosso país é tratada como uma gripezinha sem importância. Gripe essa que já vai levando mais de 300 mil brasileiros, gripezinha que tem provocado a fome e a miséria de milhares de pessoas. Gripe que tem nos aprisionado em nossas casas, pela necessidade de preservação das vidas e da saúde humana.

Mas existem aquelas pessoas, que se deixam levar pelo modo capitalista e desumano de ser. Modo esse que voltou a ser explicitado sem nenhuma vergonha e que vem ganhando mais adeptos. Dessa forma, temos pessoas em nossas cidades, bairros e até dentro de nossas próprias casas, pessoas se dizendo cristãos, mas que pregam o contrário, quando ignoram o sofrimento humano. Quando saem às ruas sem o uso de máscaras ou quando promovem aglomerações, ignorando completamente o risco de morte e de contaminação de outras pessoas.

Volto então as reflexões espiritualistas para dizer que elas olham para essa situação pandêmica que estamos passando e nos provocam a pensar que precisamos viver a semelhança do Pai, como bem prega a bíblia. Nos provoca a refletir sobre a necessidade e a urgência que temos em colocar as práticas e os ensinamentos de Cristo em nosso dia a dia, em nossas atitudes. Nos provoca a buscar enxergar que essa necessidade e busca está mais perto do que pensamos. Ela encontra-se ao nosso lado, em nossas casas, em nossos convívios. Precisamos nos humanizar em nossos lares, respeitando nossos pais e demais familiares. Precisamos mudar as atitudes; dizer eu te amo com a verdade e a emoção que a frase impõe e que Cristo nos mostrou como fazer. Precisamos rezar ou orar em família; precisamos ajudar uns aos outros; precisamos ser justos, embora nos doa; precisamos ser pessoas, mulheres e homens, crianças e adultos que tenham em mente e coração uma única vontade. A vontade em Ser Humano, pois a páscoa cristã prega justamente isso. 

Então, se assim desejar, reclame dos políticos, da situação estabelecida, das perdas e danos causados por esse momento tão singular em nossa história. Momento esse de angustia, de sofrimento, de aflição, de fé, de calvário... Momento de Páscoa! Mas, que pascoa é essa!!? A páscoa mais real dos últimos tempos; A páscoa que melhor representa o sofrimento de Cristo pela humanidade, pois estamos vivenciando, na prática, toda essa via-crúcis que ninguém sabe quando irá terminar!

Portanto, juntemos as mãos, para a disseminação do amor, da fé, da resiliência, da compaixão. Da esperança! A Esperança de que dias melhores vão vir e que iremos ressuscitar!