segunda-feira, 31 de agosto de 2015

E um Momento Único Aconteceu no Cariri



Pego-me hoje lendo uma publicação do Mestre Squisito em seu blog do qual ele relatava sua ida a um evento na cidade de Teresina – PI. Evento do Mestre Albino, pessoa que tenho muita admiração, respeito e amizade. Amizade essa cunhada há muito tempo atrás nos grandes encontros promovidos pelo nosso Mestre Samuray. (In memoriam). Nesta publicação Mestre Squisito escreve a respeito dos sonhos dos capoeiristas e me chama a atenção quando ele fala: “Os verdadeiros capoeiristas não fazem planos para si mesmos.” Desde quando retornei a Fortaleza após o evento da Virada Cultural do Grupo Arte e Tradição e o Intercambio Cultural Arte e Tradição e Terreiro Capoeira, venho tentando escrever sobre este magnífico evento, porém não havia encontrado palavras ou mesmo algo que pudesse ser o estopim para descrever este momento de muita importância para a capoeira do meu cariri cearense, bem como para mim e meus camaradas da Terreiro Capoeira. Começarei falando sobre minha chegada ao cairiri, sobre os devaneios e eventos realizados.

Então quando lá cheguei para morar, tive vários sonhos, porém havia um em especial; o sonho de realizar um encontro de capoeira onde houvesse a inserção da cultura popular de forma direta, de tal forma que os capoeiristas pudessem respirar as manifestações populares de nosso cariri.
Certamente não é por acaso, não ocorre à toa, mas a construção desse sonho acontece através de um olhar lançado a esta cultura e a identificação de coisas similares, coisas próximas a nossa arte capoeira, como o maneiro pau, as rodas de coco, as disputas no reisado, dentre outras.

Na realização e organização de meu primeiro evento em terras cariris tive o privilégio de ter a participação dos irmãos da Terreiro. O Mestre Soldado. (In memoriam), o Mestrando Piqueno, Contra Mestre Risadinha, Contra Mestre Adilson de Natal, dentre outros. O evento ocorreu nos dias 14 e 15 de junho de 2008 no auditório da SOLIBEL[1] já trazendo em seu título esse desejo estampado: “I Encontro do Projeto Capoeiras no Cariri - Escambo Cultural”. A idéia principal como titulo sugere; a troca de conhecimentos, as vivências e saberes. Não foi possível levar ao evento apresentações dos grupos de tradição popular do cariri, porém consegui articular a ida dos convidados para ver uma “renovação” [2] e por ironia do destino uma das mais tradicionais da cidade do Crato - CE. A renovação do Mestre Raimundo Aniceto, líder da Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto. Quem lá esteve pode vivenciar algumas apresentações de reisado, de banda cabaçal, além de se divertir e dançar um forró tradicional regado ao som dos pifes, sanfona, zabumba e pratos.

No ano seguinte realizo o segundo encontro, desta vez não pude contar com uma presença maior de meus irmãos da Terreiro vindo apenas o formado Nervoso e o nosso grande Mestre Squisito. Neste ano procurei um campo mais político, onde tinha como foco de trabalho a inserção da capoeira nos equipamentos culturais da região. Sim, se tratava de outro sonho ver as instituições olhando com respeito para nossa arte! Com muita luta e dedicação no dia 18 junho de 2009 consegui inserir uma palestra do Mestre Squisito para a comunidade capoeirística da região no Centro Cultural Banco do Nordeste Cariri. Foi um marco essa conquista, não para mim ou para Terreiro Capoeira, mas para a capoeira do cariri que a partir daquela data vem vivenciando um melhor acesso as instituições que promovem a cultura popular.

No decorrer do tempo problemas pessoais surgiram e ai me pego em outra citação do Mestre Squisito numa excelente crítica a um livro de nosso camarada Mestre Umói: "celebrações e momentos cruéis são apenas paisagens de um guerreiro que sai vadiando pela vida, e rir ou chorar é parte da história, não há tempo para pausar a caminhada. O berimbau recomeça a próxima roda e a vida continua consumada em mais uma ladainha." Me vi nestas palavras quando os problemas surgiram, fui capoeira em todos os aspectos, saí vadiando pela vida e não parei a caminhada... E um dia o berimbau tocou outra ladainha! A ladainha que falava sobre aquele sonho inicial, aquele sonho maior! A ladainha que falava que o capoeirista que é capoeirista é forte! E se ele é verdadeiro seus sonhos são para a capoeira! E se ele juntar-se a outro capoeirista de boa índole ficará mais forte ainda na busca do sonho... E o berimbau cantou: Iêêê vamos jogar!!!!!!!

Certo dia, cheguei num terreiro de bamba, não recordo a data, mas foi no ano de 2006. Um lugar mágico, bucólico, energizado pela simplicidade das pessoas de bom coração, pessoas que vivem a cultura popular no seu dia a dia, num lugar energizado pela natureza por meio de todos os seus elementos! Esse terreiro tem o nome de Arte e Tradição sendo liderado pelo Mestre Chico Ceará um amigo que hoje é irmão, mas que em muitos momentos foi pai para me dar forças para vadiar e não parar a caminhada foi filho para escutar, seguir orientações e conselhos. Foi mestre... Um terreiro de chão batido, sonho do Mestre Squisito na concepção da Terreiro Capoeira.

Em meio a tantas idas e vindas, de tantos treinos, rodas, apresentações e eventos juntos, eis que surgiu a magnífica idéia de realizar um evento em conjunto. Sentamos por várias vezes para tratar acerca deste evento e em muitas delas a madrugada foi testemunha de diversos outros sonhos, de algumas angustias em não poder fazer mais, do medo de não dar certo, da incerteza do que e de como seria. Traçamos os planos, as estratégias e fomos ao jogo. O evento teve como tema principal “I Virada Cultural do Grupo Arte e Tradição” e como tema secundário “I Intercambio Cultural Arte e Tradição e Terreiro Capoeira”, Seria uma experiência inédita no cariri e cerca de quatro meses antes do evento já tínhamos a confirmação de uma grande e importante personalidade da capoeira o Mestre Pombo de Ouro, aluno na década de 60 de Mestre Bimba, criador da Capoeira Regional.

A medida em que os meses vão se passando também cria-se uma certa tensão pré evento, afinal se tratava de um projeto inusitado até então não executado. Chega o mês de julho e 15 dias antes do inicio do encontro vou ao cariri ver meu filho e me dedicar à organização do evento. Tensões, preocupações, dúvidas eram constantes, os dias se passaram, tivemos a ajuda de outras pessoas que abraçaram a causa como sua. A família do mestre Chico Ceará, e a Bambam, amiga e capoeirista do Grupo Badauê foram fundamentais neste processo ajudando em tudo! 

E na quinta feira dia 29/07/2015 começaram a chegar os camaradas da Terreiro Capoeira; pela manhã o Contramestre Recruta, o formado Nervoso e os alunos Kaduh e Ellem e a tarde os Contramestres Risadinha, Apache e Gata Brava. A noite houve uma roda de capoeira inesquecível com a participação de alguns camaradas da cidade do Crato do Grupo Oxosse, Badauê. Roda com muita harmonia, jogos bons, técnicos e principalmente sem violência!

Na sexta pela manhã desembarca no Crato o camarada Mestrando Piqueno que nem se quer descansou indo conosco a rádio São Francisco FM na mesma cidade divulgar o evento. No período da tarde chega nosso convidado especial o Mestre Pombo de Ouro. Eu, Contramestre Risadinha e Mestre Chico Ceará fomos buscá-lo no aeroporto da vizinha cidade Juazeiro do Norte terra abençoada pelo Pe. Cícero. Enquanto estávamos no aeroporto a moçada que ficou em casa estava preparando uma boa emboscada ao Mestre Pombo de Ouro. Na preparação desta emboscada aconteceu - segundo relatos - uma roda de capoeira com as crianças na sala do Mestre Chico Ceará. Enquanto a roda acontecia com bastante axé na casa, nós recebíamos-mos o Mestre Pombo de Ouro com muito entusiasmo, o Mestre chega num vôo direto Brasília – Juazeiro do Norte pela empresa Avianca. Recebemos o Mestre, lhe desejamos boas vindas e nos dirigimos de volta ao Sitio Santo Antônio de Arajara em Barbalha – CE terra dos verdes canaviais, local do evento e casa do Mestre Chico Ceará.
Quando chegamos a casa era um silêncio... A emboscada estava armada e ao adentrar a casa o Mestre Pombo de Ouro se depara com um berimbau e dois pandeiros de couro a tocar um São Bento Grande de Regional e todos cantaram: “Camisa aberta[3], sandália de couro, ô bata palmas para o Mestre Pombo de Ouro!!! Mestre Pombo de Ouro é com grande Satisfação, que lhe recebemos no Grupo Arte e Tradição!!! Camisa aberta... E a Terreiro também vem lhe saudar, com Caboré e todos os camarás!!! Camisa aberta... Mestre Squisito está longe daqui, mas fica alegre por esse dia existir!!! Camisa aberta... A música durou bastante tempo, pois cada um fazia um improviso e o côro respondia: camisa aberta... 
Tivemos a primeira grande emoção do evento e a partir daquele momento pude sentir as boas vibrações e a certeza de que essa terreirada seria um grande momento para todos!

Feitas as apresentações e o acolhimento ao Mestre Pombo de Ouro volto a organização das coisas pendentes, pois tínhamos a tarefa de realizar uma emboscada[4] como contra partida ao intercâmbio cultural proposto.
Fomos à mata marcar a trilha da emboscada e feita às devidas marcações voltamos ao terreiro onde decidimos antecipar a mesma para sexta feira, pois percebemos que no sábado como estava marcado, ficaria inviável devido à virada cultural. 

As 19h horas de sexta feira os emboscadores se reúnem para traçar as últimas estratégias. Eu, os Contramestres Recruta, Apache, Risadinha e Gata Brava o Mestre Chico Ceará, o Formado Nervoso, a Monitora Bambam, além de Ellem e Kadu alunos do Formado Nervoso. Traçadas as estratégias nos reunimos com os camaradas que seriam emboscados. Eram quatro, Jefferson, Aurelio, Iarley e Italo. 


Nós, emboscadores fomos para mata e aguardamos a chegada deles no inicio da trilha com gritos de guerra: Não vai conseguir, não vai passar, vou te emboscar! Vou te emboscar! É melhor desistir, é melhor desistir, pois quem entrar na mata não vai sair!
A lua espiava tudo lá de cima e São Jorge nos dava sua proteção! Quando os sujeitos chegaram era visível a tensão! Risos aleatórios, falas em alto volume. Além da tensão dos quatro, toda a comunidade do entorno estava tensa, sem saber como isso iria acontecer, pedidos para pegar leve eram constantes! Mas essa preocupação não se dava apenas pelos carinhos que os quatro iam levar na mata, mas sim pelas histórias da cultura popular sobre as caiporas![5] Lembro-me até de uma irmã de Dona Socorro esposa do Mestre Chico, nos orientando a entrar na mata com folhas nas mãos pois as mesmas nos serviram de oferendas para a caipora.
Após a chegada dos emboscados as coordenadas de como seria, o trajeto e os detalhes para que não se perdessem na mata foram passadas. Feito isso nós emboscadores nos dirigimos aos locais previamente combinados, conferimos todas as armadilhas e aguardamos o primeiro. 
Libera!!!!!!!!! E o primeiro sai, em um determinado lugar da trilha as mulheres ficaram com água, goma e corda. Já dá pra imaginar a utilidade... Após a passagem do camarada por este local uma das meninas gritava: Passou!!!!! Esse era o sinal para ficarmos atentos a chegada do sujeito. Certo tempo depois ele se aproxima e não sabemos o porque mas o mesmo conseguiu passar por quase todos nós ileso, mas lá no fim tinha um emboscador que logo tratou de fazer-lo voltar com uma benção, daí o emboscamos com ataques, mas esse capoeirista foi esperto conseguindo passar sem maiores complicações.
Libera!!!!!!!! E o segundo sai, esse é mais astuto, mais forte e mais técnico. Passa pelas meninas sem maiores complicações e logo escutamos: Passou!!!! Porém o que ele tinha de técnico, naquele momento ele tinha de nervoso e isso foi o azar dele, pois quando chegou ao ponto em que estávamos nós o atacamos, ele tentou se safar querendo revidar - Dizem as pessoas da comunidade que escutaram o barulho do quebra- quebra na mata – através de movimentos da capoeira não logrando êxito e caindo de cara sobre a mata levando um leve arranhão no rosto, tentamos agarrá-lo, mas ele foi astuto não permitindo e chegando ao final do percurso com algumas marcas de mãos em suas costas. 
Libera!!!!!!!! E o terceiro sai esse também é astuto, forte e técnico. Já havia dito aos companheiros que ele daria trabalho e de fato deu. Passou a armadilha das meninas num aú! e escutamos: Passou!!!!! Ao chegar à nossa armadilha de pronto entrou em disputa com um Contramestre que logo o imobilizou, porém não se dava por vencido então chegamos todos perto do mesmo e ao constatar que o formando estava imobilizado pedimos sua liberação para ver sua reação. Esperávamos que ele fosse correr ao destino final, porém ele fez o contrário revidando os ataques o que lhe rendeu umas boas pancadas, fruto da disputa ocorrida naquela trilha. - O barulho do mato sendo quebrado devido o acontecido era constante e ecoava no lugarejo aumentando a tensão dos moradores – O cabra não se dava por vencido até que novamente foi imobilizado desta vez em pé. Não se deixando vencer, projetou seu corpo para traz de encontro ao emboscador que o imobilizava fazendo com que os dois caíssem em uma ribanceira por cima de árvores cheias de espinhos. Os dois bolaram na mata e ao terminarem essa disputa o emboscado resolveu seguir o restante da trilha levando mais alguns afagos até o seu fim.
Libera!!!!!! E lá vem o último sujeito. Esse é um pouco mais fraco, mais inocente, porém sonso. As meninas conseguem aplicar melhor suas armadilhas e ao passar por elas escutamos: Passou!!!! Ele demorou muito para chegar até nós. Seria medo? Seria atenção? Seria cautela? Tenho certeza que era medo mesmo e ao chegar onde estávamos ele no desespero ao perceber várias pessoas ao seu ataque também resolveu revidar - Lembrei das palavras do Mestre Onça Tigre[6] quando nos falava em 1997 em Paracuru - CE sobre uma de suas disputas na Bahia: “o bichim não sabia o que lhe esperava” – e depois de alguns momentos de disputa em meio à mata ele conseguiu passar por todos terminando o percurso da trilha bem como a 1ª emboscada realizada no cariri cearense.

Esperamos todos os envolvidos chegarem ao fim da trilha para conversamos. Quando todos estavam juntos conversamos sobre a experiência, sobre a emboscada que a Terreiro Capoeira realiza em seus simpósios e antes de retornar ao terreiro do Mestre Chico fizemos o registro desse momento histórico. 
Chegando ao terreiro uma roda nos esperava... haviam na roda os camaradas do Grupo Oxosse, do grupo Badauê, do Grupo Viver Capoeira, do Grupo de Capoeira Negro Fujão e do Grupo Perna Pesada. Além da Terreiro Capoeira e de todo grupo Arte e Tradição composto por alunos e familiares! Jogamos capoeira como nunca, numa harmonia e cumplicidade que há tempos não havíamos vivenciado. Após a roda ficamos no papoeira, aquelas pessoas que moravam na cidade de Crato foram embora mais cedo e o restante ficou até a manhã do dia seguinte, eu fui dormir às 4h, Mestrando Piqueno e Mestre Pombo de Ouro ficaram até o raiar do dia!


O sábado chega e o papoeira começa pela manhã com o Mestre Paulinho do Grupo Oxosse falando sobre o corpo, nos dando dicas preciosas sobre a condução dos treinamentos. Também haviam chegado do estado de Pernambuco o Mestrando Canguru, sua esposa Professora Meia Lua, professor Baratão e seu filho. A tarde foi à vez do Mestre Pombo de Ouro falar sobre sua vivência e responder as curiosidades dos que estavam presentes. Perguntas sobre o dia a dia com o Mestre Bimba e sua forma de ensinar e ser foram constantes. 

A noite com o terreiro já pronto, começam a chegar os grupos de tradição e ao se organizarem; colocarem os figurinos ou como eles falam as fardas, as apresentações se iniciam! Primeiro a Banda Cabaçal vinda de Juazeiro do Norte, depois o Grupo de Coco Frei Damião da Mestra Marinez, seguido pelo Maneiro Pau e Maculele do Mestre Chico Ceará, logo depois entra o Maracatu Uinu Erê da cidade de Crato para depois vir a banda Panticola e Casaca de Couro tocando os grandes clássicos do verdadeiro forró tornando a noite muito agradável e festiva! Terminada a apresentação da banda forma-se uma roda de capoeira que varou a madrugada. 


O domingo, último dia do evento foi destinado ao batizado e as trocas de graduações. Muitos outros convidados da região se fizeram presentes pessoas de vários grupos não recordo todos, mas vou citar alguns que lembro, são eles: Resistência Negra, Capoeira de Rua, Raízes dos Palmares, Liberdade dentre outros. E a festa foi bonita! Sem explicação jogar a capoeira Regional tocada e conduzida pelo Mestre Pombo de Ouro! Terminada a cerimônia de batizado e troca de graduações, a alegria já era evidente nas pessoas, o dever cumprido, a satisfação de ter ocorrido tudo bem e a certeza do objetivo alcançado eram os motivos para tal satisfação!

Eis que derrepente chamamos o Mestre para uma foto, uma prosa. - ô Mestre chegue cá que um berimbau caiu! E... “Camisa aberta sandália de couro ô bata palmas para o Mestre Pombo de Ouro!” Novamente cada um cantava uma rima, uma satisfação, um agradecimento, uma lembrança, um desejo, um sonho...

Já passava das 13h horas quando terminou a festa e fomos almoçar. Após o almoço uns foram organizar suas bagagens para o retorno, outros ficaram a bater papo, tomar umas barbadas e lá para final da tarde após já ter resolvido algumas coisas da organização pós evento nos reunimos na cozinha da casa do Mestre Chico onde cada um falou um pouco de seus sentimentos em relação ao evento. Lágrimas caíram, emoções se evidenciaram, amizades foram fortalecidas, a irmandade foi consumada! 
Momento difícil de descrever... Fui um dos que mais se emocionou. Naquele momento acabara de realizar um sonho! Trazer meus camaradas ao cariri para experiênciar à cultura popular. Reencontrar nosso irmão Porcão e como diria seu Luiz Gonzaga: Reviver nossa amizade! Realizar um intercâmbio onde pudesse unir a capoeira, as manifestações de cultura popular. Poder propiciar aos capoeiristas a percepção dessa rica cultura que temos. Poder mostrar a comunidade capoeirística que é possível a união de grupos distintos. Que é possível crescer junto com o outro e principalmente que o outro sempre nos ensina algo! E ainda por conta desse evento conseguimos o retorno do nosso irmão Risadinha! Conseguimos nos reunir em prol de um objetivo comum: Fazer uma viagem todos juntos, coisa que há muito tempo não fazíamos! Mas para conseguir tal feito contamos com a ajuda de várias pessoas, dentre elas as famílias do Mestre Chico Ceará e de sua companheira Socorro uma grande capoeirista principalmente fora da roda! E da amiga Bambam que muito contribuiu na organização do evento e escreveu estas palavras que me emocionaram:

E a vida nos traz grandes surpresas!
Minha vida, uma família, uma comunidade vivenciou um encontro de capoeiras que foi além do toque, do jogo e da palma.....
"Só conhece a estrada o viajante" (Mestre Paulo dos Anjos)
E nada disso teria acontecido, na minha vida, sem a generosidade de Orismidio Duarte, infinitamente grata......
Sem o acolhimento da família Arte e Tradição Mestre Chico Ceará Francisco Gilberto!!!!!
E o que dizer dos amigos da Terreiro Capoeira...... Nem sei..... Me senti amiga de infância rsrsrssr
Parabéns pela amizade de vcs!!!!!!
Não posso deixar de enfatizar tudo que o Mestre Pombo de Ouro, com sua sabedoria, entendimento nos proporcionou...marcado pra sempre!
" O grande Mestre é o tempo....." (Mestre Pombo de Ouro)

A partir desse comentário outros surgiram em rede social:

Juaci Araujo Oliveira Sempre... boas surpresas são como o amanhecer, o por do sol e uma bela chuva .....ao lado de familia e amigos.... Descurtir · Responder · 3 · 5 de agosto às 10:36

Daniel Henrrique Ferreira Henrique Maré me leva. Maré me traz. Me leva junto dos amigos que saudade que faz ...Descurtir · Responder · 3 · 5 de agosto às 10:40

Mallu Barletta É tão forte quanto o vento sopra,
É tão forte q não quebra não entorta,
Eu tô falando de amizade,
Amizade pra vida. Descurtir · Responder · 4 · 5 de agosto às 10:53

Nathalia Bastos Provérbio 17:17!!!! Descurtir · Responder · 4 · 5 de agosto às 10:54

Nathalia Bastos Em todo tempo ama o amigo e na angústia se faz um irmão Descurtir · Responder · 4 · 5 de agosto às 10:57

Orismidio Duarte A capoeira é uma questão de ser e não de estar! neste evento mostramos que somos capoeiras... e você minha amiga guerreira sem dúvida foi muito importante neste acontecimento!!!! Descurtir · Responder · 3 · 5 de agosto às 12:55

Helen White E muita emoção ja to com saudade... Descurtir · Responder · 2 · 5 de agosto às 13:39


Sinto-me diante de tudo que relatei um privilegiado, porque como disse Mestre Squisito em seu blog, “Os verdadeiros capoeiristas não fazem planos para si mesmos”

Iê volta do mundo!!!!!!!!





Francisco Orismidio Duarte da Silva – Professor Caboré – Terreiro Capoeira - 12/08/15


[5] A lenda do Caipora é bastante evidenciada em todo o Brasil, está presente desde os indígenas, e é a partir deles que surgiu este mito. Segundo muitas tribos, principalmente as do Tronco Lingüístico Tupi-Guarani, o Caipora era uma entidade que possuía como função e dom o controle e guarda das florestas, e tudo que existia nela. Muitas pessoas ainda continuam a relatar sua aparição, isto se dá na maioria das vezes com pessoas no interior de matas, o local onde caipora habita. Caipora tem o poder de ressuscitar qualquer animal morto sem sua autorização, para isso apenas fala para que o bicho ressuscite. Por ser muito veloz às vezes as pessoas apenas sentem Caipora como se fosse uma rajada de vento no mato. Para entrar numa mata com permissão da Caipora, a pessoa deve levar sempre uma oferenda para ela, como um Pedaço de Fumo-de-Rolo, um Cachimbo. Caipora emite um som estridente causando que causa arrepios e pavor a todos os que o escutam. Em algumas regiões do Brasil Caipora é conhecido como o Curupira.

[6] Mestre Onça Tigre foi aluno do Mestre Bimba na década de 30.

[3] Camisa Aberta; Musica composta pelo Mestre Kiki na Terreirada Cearense de 2013 em homenagem ao Mestre Pombo de Ouro.

[4] A emboscada era uma das etapas do Curso de Especialização ministrado pelo Mestre Bimba que tinha duração de três meses, sendo dois na academia e um nas matas da Chapada do Rio Vermelho. Tratava-se de um treinamento de guerrilha e a emboscada propriamente dita consistia em submeter o formado a situações das mais difíceis, desde defender-se de três ou mais Capoeiristas, até defender-se de armas. Terminado o curso, o Mestre Bimba fazia uma festa para os novos especializados, e estes recebiam o lenço vermelho, a cor que representava a nova etapa conquistada. No nosso caso para tentar vivenciar e resgatar um pouco da tradição da Capoeira Regional submetemos os formandos apenas a situações difíceis, sem o uso de armas.

[1] SOLIBEL- Sociedade Lírica do Belmonte. Escola de Música localizada no distrito de Belmonte em Crato-CE.

[2] Trata-se de uma manifestação tradicional da cultura do cariri cearense, um momento de oração onde se renova o ano. Agradecendo o ano que se passou e fazendo orações para um prospero novo ano. Após as orações são servidos comes e bebes e muitas vezes são verdadeiras festas como o caso citado.



Um comentário:

  1. Qualquer pessoa, sendo capoeira ou não, ao ler esse texto, terá participado desse evento!
    Já li inúmeras vezes e em todas me emociono...

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